Em um dia como hoje, em 19 de julho de 1936, o inimaginável se tornou realidade: a Revolução Espanhola irrompeu com ímpeto. Um grupo de militares fascistas ergueu-se em armas, provenientes de Marrocos, com o propósito nefasto de dar um golpe e instaurar uma ditadura militar na Espanha.
Embora a investida golpista tenha sido combatida e repelida em grande parte do território espanhol, destaca-se a resistência valorosa dos anarquistas em Barcelona. Desse reduto, teve início uma luta que se estenderia por três árduos anos. Durante esse período, os anarquistas conseguiram alcançar o anseio mais profundo de seus corações em várias regiões do país: o comunismo anarquista tornou-se tangível, ou quase tangível, em diversos lugares, perdurando por três anos.
Graças à atuação incansável dos trabalhadores dos comitês de defesa da CNT, o sindicato anarquista, a revolta fascista em Barcelona foi derrotada, e a Catalunha e Aragão foram organizadas com base nos princípios do comunismo libertário, federalismo e autogestão. Essa experiência singular foi pautada pela ausência de Estado, de patrões e de propriedade privada.
Um número expressivo de empresas e fábricas foram apropriadas pelos trabalhadores, enquanto as terras foram coletivizadas e entregues às mãos dos camponeses. Nesse contexto, não havia lugar para a exploração mútua. Estima-se que cerca de 510 vilarejos testemunharam a anarquia, configurando-se como uma prova incontestável da viabilidade e da aplicabilidade das ideias anarquistas.
Assim, a sociedade anarquista tornou-se uma realidade palpável, iluminando os corações daqueles que ousaram sonhar com uma existência emancipada. Viva a Anarquia e viva a Revolução Espanhola!