E chagamos ao 1 de maio de 2024, em meio ao avanço do sistema de destruição planetária, da devastação ecológica que gera desastres ambientais e recordes de temperatura global mês após mês, das tecnologias de controle e vigilância que tornam a vida cada vez mais “artificial”, de uma escalada global do fascismo e do ultraliberalismo, do extermínio impune dos povos e minorias perpetrado pelos estados e o capital, é preciso reafirmar que apesar do oceano de desinformação em que vivemos, apesar do espetáculo, nunca foi tão evidente que nossa única saída é a destruição completa desse sistema rumo a anarquia, ao comunismo libertário, o falso véu democrático e humanista do Ocidente e seu sistema nunca foi tão transparente, os governantes e poderosos sequer fazem questão de mantê-lo, pelo contrário, eles seguem dirigindo a marcha fúnebre que nos leva a passos largos para o colapso planetário. Mas não sem uma resistência que não para de se reinventar e de se multiplicar para sobreviver.
Hoje mais uma vez, é preciso relembrar, pois existem, ainda, muitos interessados em esconder, que o 1 de maio nasceu dessa resistência, nasceu anarquista, nasceu da luta dos trabalhadores por um mundo livre e igualitário, os mártires de Chicago eram anarquistas, suas reivindicações continuam atuais e mais de 100 anos depois, os poderosos continuam tentando nos exterminar, porém seguimos de pé e travando o combate. Como lembrou o anarquista Francisco Solar, diante do tribunal que o condenou, “Sempre haverão indivíduos e grupos de indivíduos que estão dispostos a responder à brutalidade do Estado e do capitalismo, isso é inevitável.”. Diante a um inimigo colossal e de séculos de submissão, as lutas que precisam ser travadas hoje, parecem impossíveis de serem vencidas, mas essa é só mais uma das armadilhas angustiantes do capital que precisamos romper, mais do que nunca é preciso fazer valer a máxima “agir localmente, com uma visão global”, retomar nossos territórios, nosso tempo e nossas vidas, não confiar nem um milésimo na política, nos governos e nas instituições que transformam nossas experiências vividas em abstrações inúteis enquanto fingem evitar o colapso.
Por fim, ecoemos as palavras de George Engel, anarquista enforcado em 1º de Maio de 1886, que:
“Aqui também, nesta ‘livre república’ há muitos trabalhadores que não têm lugar no banquete da vida e que como párias sociais arrastam uma vida miserável. Eu não combato individualmente os capitalistas; combato o sistema que dá o privilégio. Meu mais ardente desejo é que os trabalhadores saibam quem são seus inimigos e quem são seus amigos. Tudo o mais eu desprezo; desprezo o poder de um Governo iníquo, suas polícias e seus espiões. Nada mais tenho que dizer.