Anos e anos de massificação dos medos e pacificação das massas nos trouxeram até aqui. A completa falta de sensibilidade e de mobilização de uma sociedade diante do assassinato de mais uma criança, a normalização de um genocídio contra a população negra e pobre que acontece todos os dias, ceifando a vida de jovens e crianças de maneira recorrente, um projeto de extermino, um projeto de estado, posto em prática desde a colonização e defendido por uma grande parcela da sociedade, um aparato militar para torturar, assassinar e desaparecer repetido e aprimorado desde a ditadura militar. Mais do que se indignar, é preciso agir, não existe caminho mágico e pronto para mudar essa realidade, ele precisa ser pavimentado, o único fato é que precisamos nos movimentar contra toda essa barbárie, largas as telas e se articular nas ruas mais uma vez contra tudo isso. Se movimentar é agir em vez de ser agido, é fazer política em vez de ser feito e refeito por ela. É pautar o combate, fazer uma guerra, uma estratégia, uma tática. Os anarquistas no Brasil precisam dar um basta a essa posição reboquista de atuar reativamente ou esperar outras forças de esquerda, é preciso atacar o poder. Seja em pequenos grupos ou em grandes manifestações, é preciso estar um passo adiante, se movimentar, romper com o status quo. Se não existe um movimento contra a policia, que criemos, se a favela se mobiliza, apoiemos presencialmente, toda revolta contra ação policial nesse país racista e sanguinário é justa. Espalhar a revolta e construir a autodefesa é nosso dever.
morte ao estado y viva anarquia!