Em uma noite fatídica de 14 de julho de 2013, Amarildo Dias de Souza foi arrancado de sua vida cotidiana e sequestrado por policiais militares em um bar na favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro. Amarildo, um homem comum, foi submetido a torturas inimagináveis, brutalmente assassinado e seu corpo foi ocultado. Desde então, Amarildo desapareceu, engolido pela escuridão da injustiça, mais uma vítima de uma política de extermínio ao povo preto e pobre perpetuada pelo Estado desde que os colonizadores chegaram por essas terras.
No rastro dos protestos de junho de 2013, o caso de Amarildo veio à tona, escancarando a política de segurança fascista nas favelas do Rio perpetuada pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). A sociedade, chocada e indignada, se mobilizou. As ruas ecoavam com o grito coletivo: “Onde está o Amarildo?” Este clamor se transformou em uma campanha, um grito de guerra contra a violência policial e o genocídio nas favelas. Graças à pressão social, o caso começou a ser investigado e ganhou visibilidade na mídia burguesa, forçando a sociedade a confrontar a realidade da violência policial.
10 anos depois, policiais condenados no caso Amarildo ainda atuam na corporação. Até hoje a família não sabe o que ocorreu com o corpo de Amarildo e nenhuma indenização foi paga a eles. Os condenados pelo desaparecimento de Amarildo, hoje seguem em liberdade.
O caso de Amarildo é mais um capítulo da guerra do Estado contra o povo, contra aqueles que o sistema capitalista, extremamente violento, decidiu que devem morrer para que o poder continue na mão de alguns poucos privilegiados. 10 anos depois, Amarildo continua um dos desaparecidos da democracia e para nós não há dúvida a quem serve este sistema, não há dúvida de que a maior parte da população, negra e pobre, continua vivendo sob a opressão da violência do Estado, da intervenção militar, dos grupos de extermínio, da milícia, da arbitrariedade da instituição fascista que é a polícia. Seguimos na luta pelo fim da guerra as drogas, do genocídio do povo pobre e preto e pela abolição da policias.